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Arquitetos: Atelier Deshaus
- Área: 2454 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Tian Fangfang
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Museu de Arte Contemporânea de Taizhou está inserido no contexto histórico do Parque Cultural e Criativo do Depósito de Grãos de Shamen, na costa leste da China. Aproveitando o enorme potencial do antigo depósito portuário e seu conjunto de fábricas e armazéns construídos em tempos de união sino-soviética, o projeto no novo museu de arte contemporânea visa reintegrar o parque de depósito de grãos ao centro da cidade assim como trazer um sopro de vida ao conjunto histórico de Taizhou.
O projeto do museu de arte, concebido como o coração do parque urbano da cidade, busca construir um diálogo franco e honesto com seus edifícios vizinhos, estruturas históricas que representam o patrimônio industrial do antigo depósito do porto da cidade. Abrigando oito grandes salas expositivas, o Museu de Arte Contemporânea de Taizhou conta com uma área total construída de 2.450m².
De forma muito engenhosa, os pavimentos do museu encontram-se deslocados uns dos outros, criando uma sensação de continuidade espacial tanto no plano horizontal quanto vertical, revelando um generoso pé direito responsável por construir uma rica experiência espacial. Desta maneira, os espaços expositivos de diferentes níveis encontram-se integrados em um âmbito comum, sobrepondo-se uns aos outros, oferecendo aos visitantes uma experiência única à medida que se deslocam pelos distintos ambientes do museu.
A estrutura foi concebida para dar forma a uma atmosfera artística inovadora, a qual se estabelece tanto através da materialidade despretensiosa do concreto aparente quanto da complexa plasticidade do espaço que revela. A partir da praça de acesso, a estrutura abobadada do lobby se projeta sobre o espaço público, dando as boas vindas aos visitantes e operando como um elemento de mediação entre a praça e o percurso expositivo do museu.
Em um movimento helicoidal, os visitantes são guiados pelas salas de exposição em um caminho ascendente contido pela estrutura robusta de concreto do edifício. Finalmente, quando o itinerário chega ao último pavimento – onde encontra-se a principal sala de exposições –, é possível ter uma perspectiva completa do panorama da cidade de Taizhou e da cadeia de montanhas que à cerca.
Neste roteiro ensaiado, os visitantes são convidados à descobrir não apenas os espaços construídos e o acervo do museu, mas a redescobrir os encantos da paisagem industrial histórica do parque do depósito de grãos de Taizhou assim como as suas relações com o contexto natural em uma escala mais abrangente. A estrutura do museu parece se desdobrar em diferentes planos e direções. A fachada sul também foi construída com as mesmas fôrmas que definem os espaços interiores, como se o próprio espaço se multiplicasse, distorcendo os limites entre interior e exterior.
No coração desta estrutura aberta e integrada, o museu abriga um espaço cultural e criativo com café e loja de souvenires, materializando não apenas um percurso mas uma experiência única que o integra ao contexto histórico no qual está inserido, conectando-o em todas as suas fretes com o espaço público que o cerca. O platô de acesso, desta forma, assume o papel de arquibancada, criando um palco cênico para acolher a programação de atividades públicas do museu.